"Nasci na cidade de Uruguaiana, logo após o natal de 1957, uma cidade do interior do RS, onde não há e nunca houve um autódromo ou qualquer tipo de corrida.


O máximo em relação a carros e competição que apareceu na cidade, na década de 60, eram os Fuscas da equipe "J. CARDOSO" que na época faziam demonstrações de Cavalo de Pau e andar com os carros em 2 rodas.

          Nessa década de 60 eu ficava maravilhado olhando os jornais da época deitado no chão da sala, olhava fotos das corridas de Mil Milhas e as tradicionais provas no Circuito da Cavalhada e Pedra Redonda, que eu nem imaginava que nos dias de hoje viria a morar justamente na zona sul da capital.

          O dia em que o Pedro Carneiro Pereira faleceu eu ainda morava em Uruguaiana e na casa de minha avó escutava o jogo da dupla Grenal naquele Domingo.

Ouvi a notícia da morte daquele grande piloto e com uma mistura de tristeza, fiz um juramento a mim mesmo: um dia irei correr nesse tal Autódromo de Tarumã. Falei essa frase a mim mesmo e até hoje não sei se foi um juramento, um pedido, ou um conforto ao Pedro, e não tinha a mínima ideia de onde ficava Tarumã.




     TODO HOMEM DEVE TER A GRANDEZA DOS SONHOS DE UM MENINO


          Sonhava com meu carro de corrida, com o meu nome "BRUM" estampado no quebrasol do parabrisa.


Obs: a minha corrida de despedida, as 12 Horas de 1998, levou o nome de Pedro Carneiro Pereira.
Entendo esse fato como um presente de Deus, e este troféu que me foi entregue pelo filho do Pedro Carneiro, foi entregue pelo proprio Pedro,através do filho, sentia isso ao apertar a mão do Filho dele.
Esse troféu é muito especial para mim.

         Os anos se passaram e todos os dias eu sonhava, literalmente, TODOS os dias eu imaginava como seria pilotar um carro de corrida.




       TREINANDO COM KART, ENQUANTO ESPERAVA A OPORTUNIDADE DE FAZER O CURSO

            A vida passou, vim morar em Porto Alegre, e o sonho cada vez mais me incomodando.
            Em Junho de 1987 achei no jornal o que eu procurava há mais de 30 anos: a Escola de Pilotagem Interlagos viria à Guaporé dar um curso (caríssimo para minhas condições) de uma semana, no final de Agosto de 1987, mas era agora ou nunca. Juntei o dinheiro que pude e fui me inscrever.


AGUARDANDO ANCIOSO PARA COMEÇAR O CURSO


        O Toninho de Souza, que era o organizador da F3 Sulamericana na época, era o Dono da Escola. Nesse curso vi a oportunidade que esperava desde os meus 7 anos de idade.


PRIMEIRO CONTATO COM A PISTA DE GUAPORÉ


               Para baratear o custo com o Hotel Topo Gigio, a organização do curso reservou os apartamentos com dois alunos por quarto.
Eu fui, pela ansiedade de fazer o curso, o primeiro a chegar à Guaporé e a me instalar no hotel, pois cheguei com um dia de antecedência.
               O segundo aluno a chegar foi o Luiz Afonso Schiafino, nos apresentamos, conversamos junto à janela do quarto e ele me falou que tinha ganho o curso por responder a uma rádio, algumas perguntas sobre a Fórmula 1. Brincando com ele, lembro que comentei: Pô cara, que sorte você teve, eu tive que pagar uma grana pelo curso.
               Fizemos uma amizade muito boa, pois o sonho, era o mesmo. À noite estudávamos as bandeiras e toda a parte teórica do curso, pois teria a prova da parte teórica. Combinamos montar um carro para corrermos os dois juntos, ele venderia o Kart que ele tinha, para entrar com a parte dele.

O AMIGO LUIZ AFONSO DE JAQUETA ESCURA E CABEÇA BAIXA

 
              Concluimos o curso e a prova final foi no domingo, dia 30 de Agosto de 1987. No retorno do autódromo ofereci carona de volta a Porto Alegre para o Luiz Afonso.
              Alguns alunos não conseguiram aprovação e na alegria e euforia de ter sido aprovado no curso, fui ligar para minha esposa que tinha ficado em Farroupilha e avisei ao Luiz Afonso que teria que passar em Farroupilha para pegar ela e ele me disse que tudo bem, iria comigo.


AULA PRATICA NA PISTA

                  Enquanto ligava para minha esposa ele consegui carona no Chevette com motor de Opala, que estava com alguns dos instrutores. Na correria para pegar a carona, ele se despediu de mim e me disse que iria no Chevette, pois eles desceriam direto até Porto Alegre, e que me ligaria para combinarmos a montagem do nosso carro.


                 Um outro aluno, o Waldemar Max, também pediu para ir de carona no carro, mas o dono do carro não queria levar quatro pessoas e o Waldemar ficou de fora.



CHEVETTE QUE SOFRERIA ACIDENTE NO RETORNO DO CURSO


                 De volta a Porto Alegre, na segunda-feira logo pela manhã, abro o jornal Zero Hora, e vejo na capa a notícia "Tragédia com Alunos do Curso de Pilotagem na Volta de Guaporé". No jornal aparecia foto de um corpo coberto na beira da estrada, era do instrutor que se chamava Ricardo Lima, ele aparece nas fotos de abrigo azul ao lado do carro da escola e me falaram que ele era um dos donos da Sulcolor. Eu fui o último aluno que ele passou seu conhecimento, pois fiquei na última turma dele, e fui o último aluno que andou com ele no carro, depois nós andamos sem instrutor. Ele tinha deixado a empresa para ensinar o que mais gostava.

DE ABRIGO AZUL, MEU INSTRUTOR, QUE VIRIA A FALECER NO ACIDENTE

 
        No acidente, o Luiz Afonso foi levado para o Hospital em coma irreversível. O instrutor que dirigia o Chevette sobreviveu. Encontrei ele em Tarumã, anos depois. O amigo Luiz Afonso ainda resistiu sete dias e faleceu dia 7 de Setembro de 87.

           Passado uns seis meses, me procuram em casa, a irmã e a noiva do Luiz Afonso. Não sei como sabiam que eu tinha feito o curso com ele, e nem como descobriram meu endereço. 
         


                  
   1989A MONTAGEM DO SPEED  77


PRIMEIRA FOTO TIRADA EM TARUMÃ DO SPEED77, ANTES DA PRIMEIRA TOMADA DE TEMPO, COM CHUVA.

               "A montagem do 77, foi uma fase muito complicada, a mais dura e cansativa na minha carreira, pois a grana era muito curta, mas o sonho era muito longo.

                O primeiro passo era comprar um carro. Encontrei um Fusca de rua de um mecânico chamado Renato, que tinha uma pequena oficina na Av. Érico Veríssimo, quase esquina com a Ipiranga. O nome da oficina era Multi Serviços.



       SPEED77 PRIMEIRAS CORRIDAS EM TARUMÃ


         Com o Fusca comprado eu não tinha um carro de passeio para andar na rua, andava de ônibus para poder ir trabalhar, mas o mais importante para mim era ter meu carro de corrida e assim pegava o ônibus e ia procurar alguma oficina que arrumasse o meu carro.

        Tinha uns amigos que rebocavam meu carro para levar de oficina em oficina, e "implorar" que preparasse meu carro para que eu pudesse realizar meu sonho, mas com um "pequeno detalhezinho": tinha de ser de graça, pois eu não tinha grana. Cansava de sair do serviço e ir nas oficinas e ao chegar lá, a decepção, o carro estava do mesmo jeito que deixava a dias dias atrás. Tristeza, decepção e raiva era o máximo que conseguia nessas oficinas.



OS AMIGOS QUE REBOCAVAM O SPEED77 PARA MIM, O RENATO É O A ESQUERDA DE ÓCULOS

              Um dia lembrei do mecânico que me vendeu o carro e fui na oficina dele ver se ele "terminava" meu carro para que eu pudesse correr e ele concordou. Foi o primeiro que estendeu a mão para mim e não me enrolou, apenas me falou que não entendia nada de preparação para corrida. Lembro que comentei com ele: você entende de carro de rua, me serve, vamos lá. Combinamos de depois do expediente dele eu saia do meu serviço e ia na oficina dele e trabalhávamos até a meia noite. Comia um xisburguer, horrível, em pé, em um trailer que tinha na própria Érico Veríssimo. Levava um outro pro meu amigo e começávamos a "mexer" no carro, sempre com o regulamento preso na parede de madeira da oficina.




RENATO TENTANDO ACERTAR A CARBURAÇÃO, ARROMBAVA OS ESGUICHOS....BRIGA FEIA, SÓ DE JOELHOS MESMO.


       Muitas vezes um ia ler o regulamento e não entendia, chamava o outro e também não entendia, riamos e fazíamos da maneira que achávamos que era, e lembro que uma
vez ainda comentei com ele: Renato, vamos fazer como entendemos, ninguém é louco, tu achas que vão protestar meu carro e abrir o meu motor??? Assim conseguimos deixar o 77 mais ou menos parecido com carro de corrida. E lá fomos para a primeira corrida, no peito e cheio de orgulho.




ALINHADO NO GRID, PRIMEIRA CORRIDA, LUVAS DE GOLEIROS......PENSAMENTO ???....." MEU SONHO DE MENINO,  REALIZADO "


        Ao chegar, o pessoal olhava meio estranho pro meu carro, não sei se era porque meu carro era o único que tinha forração no teto, ou se era pela minha suspensão, completamente retinha, sem cambagem nenhuma nas rodas dianteiras e a traseira bem alta.




O SPEED77 EM TARUMÃ, O PAINEL DE INSTRUMENTOS, FOI FEITO DE UM FUNDO DE LATA DE TEENER

                Eu não cheguei a ver, mas eu acho que quando passei na reta na primeira volta com chuva, todo mundo deve ter ido para a mureta ver como eu ia fazer a Curva 1. A minha sorte era que meu motor não empurrava nada, era um motor de rua, piorado.





SPEED77 ERA ESTRANHO,TODO ERRADO, MAS ESTAVA LÁ


               No sábado, para tomada de tempo, chuva, dia escuro, perfeito para quem era piloto experiente. Não tem nada, vamos lá, eu nem sabia como era o ritual pra entrar na pista para tomada de tempo, não sabia se era por ordem de número do carro, ou inscrição. Resolvi seguir o carro que ia na minha frente e fui... Entrei na pista e a chuva caindo.

             Nunca tinha andado na pista de Tarumã, pois o meu curso de pilotagem foi em Guaporé. A parte que se enxerga da arquibancada tudo bem, mas eu não entendia e não sabia como era a pista ali na Curva 9, pois nunca tinha visto ali pelo kartódromo. Esse foi meu primeiro contato com a pista de Tarumã.






                CONSERTANDO O CARRO DEPOIS DE BATER NA CURVA 1.

                     VIRANDO A NOITE PARA PODER VOLTAR NO DOMINGO

           Na segunda prova eu não fiz tomada de tempo no sábado, nem fomos para o autódromo, pois tinha coisas para fazer no carro.

           Nessa época corria o "Guto Furst", com o Fusca 40 da Parks e quem preparava o carro era o Paulo Ferreira da Mecânica MC na Aparício Borges e o Guto morava na Av. Érico Veríssimo, a uma quadra da oficina onde eu o Renato trabalhávamos no 77.




TIREI ESTA FOTO NO DOMINGO, DIA DA PRIMEIRA CORRIDA, DEPOIS DO ACIDENTE NA CURVA 1, POR VIA DAS  DÚVIDAS, NÃO SEI SE TEREI CARRO DEPOIS, O ACIDENTE NA CURVA 1 FOI FEIO, BATIDA DE TRASEIRA NOS FERROS.



           O Paulinho Ferreira, anos depois, veio a preparar o Speed 11 e foi com quem obtive os melhores resultados e bons resultados também tive com meu outro preparador do Speed 11, que foi o João Mascarelo de Viamão. Esses foram meus dois únicos preparadores.


          Ele entrou na oficina umas 9 horas da noite, conversou com a gente, comentou que tinha feito a pole, deu umas dicas para nós e foi embora, dizendo que esperava nos ver no dia seguinte em Tarumã. No dia seguinte lá estava eu, chegando com o carro rebocado pelos amigos e perguntando quem era o último colocado e que eu iria largar atrás dele, pois não tinha feito tempo no sábado.



O PAULO FERREIRA APARECE LA ATRAS,ABAIXADO, TRABALHANDO NO CARRO 


        QUEM FOI PAULO FERREIRA (PAULINHO)                                                                


            "Ele foi meu preparador, meu pai, meu amigo. Quando ele foi preparar o meu Speed 11 ele me disse: Brum, vou te ajudar e preparar teu carro, pois tinha muita pena de você, pois via teu sofrimento com aquele Fusca 77, completamente errado. Várias vezes te vi aqui na oficina sentado no carro do Guto sonhando.

            Depois que parei de correr, todos os anos eu ia em sua casa no dia 31 de Dezembro dar um abraço e um beijo na única pessoa que me ajudou no automobilismo.
Sempre que voltava a sonhar em pilotar, pensava no meu "Velho", que era como eu o chamava, para preparar meu carro novamente. E eu sentia que seus olhos brilhavam quando eu falava em voltar a pilotar.

           Nesse ano de 2010, no dia 31 de Dezembro encontrei sua oficina fechada. Pensei que ele estava na praia. Retornei dia 5 de Janeiro para cumprir meu ritual de todos os anos e dar meu abraço e meu beijo no meu pai no automobilismo. Uma vizinha me falou que ele faleceu em Setembro de 2010".

           A minha esposa começo a me cobrar, que morávamos em um apartamento que não estava pago, e que se me acontecesse alguma coisa, ela não iria ficar bem.

         Fui na garagem onde guardava o 77 e fiquei olhando para ele, e pensando...putz cara, minha esposa tem razão, vou ter que vender você, mas não cometerei o erro
de comprar um carro de rua todo ruim, vou comprar um carro já pronto, andando, de preferência de ponta.

Resolvi vender o Fusca, coloquei um cartaz no mural da FGA, pedi Cr$ 5.000,00, e pensei que não conseguiria vender por esse preço, um carro sem história no
automobilismo

       Senti como se estivesse vendendo meu próprio filho. Entreguei o carro para o pessoal, fechei a porta da garagem sem olhar para trás.

Sabi que com ele, não conseguiria bons resultados.





A ULTIMA NOTICIA QUE TIVE DO SPEED77... MEUS AMIGOS QUE REBOCAVAM ELE PARA MIM, ME FALARAM  QUE VIRAM ELE NUM FERRO VELHO NA ESTRADA, PERTO DE GUAPORÉ, TINHA SIDO CAPOTADO.


              Passei longos dois anos e alguns meses sonhando novamente todos os dias com meu retorno às pistas, mas com uma mentalidade e conhecimento muito diferente.

As vezes passava na Oficina do Paulinho, e sentava no carro do Guto, para matar a saudade.

              Em 1992 comprei minha casa, onde moro ainda hoje, e disse a minha esposa: pronto, aí está a casa que você queria, está paga, agora vou tratar de voltar a correr... Ela apenas comentou: meu Deus, vai começar tudo de novo... Eu disse: não, agora vai ser diferente, não cometerei os erros que cometi com o 77.

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              Olhando os classificados de Zero Hora , na parte de Fuscas, em Outubro de 1992, vejo o seguinte anúncio: VENDO FUSCA DE COMPETIÇÃO, SPEED 11, tratar com JOÃO SILVA. Meu Deus, era tudo o que queria encontrar no jornal".

  1992 A COMPRA DO SPEED 11


"Com o anúncio na mão liguei para o João Silva em Montenegro, isso no final do mês de Outubro de 92. Ele me falou que estava liderando o campeonato com o Speed 11 e que dia 02 de Novembro teria uma prova em Tarumã e mais uma outra em Dezembro, também em Tarumã.



RESULTADO PROVA QUE FUI VER O SPEED11 PARA COMPRAR


    DETALHE DO TELEF.  DO JOAO SILVA ANOTADO NO VERSO DA PLANILHA, PARA IR BUSCAR O SPEED11


            Dia dos Finados de 92, lá fui eu ao Tarumã e ao olhar o Fusca, já olhava com olhos de "ESSE CARRO VAI SER MEU", faceiro como uma criança, sentado no bando do carro.

Na mesma semana fui até Montenegro e busquei meu "sonho".

            Em Dezembro o João me liga e me diz: Brum, preciso do teu carro emprestado, pois tenho a última corrida e me faltam três pontos para sair Campeão. Te devolvo o Fusca como Campeão e com o número 1 de Campeão para correres o ano de 93 e te deixo um cheque com o valor do carro, caso aconteça alguma coisa com ele. De imediato respondi: MAS NEM PENSAR, não quero dinheiro nenhum, eu não quero é perder o meu carro, depois que eu vi o que fizeram contigo em Tarumã, imagina o que irão fazer com você e com meu carro na última prova!


PRIMEIRO TREINO EM TARUMÃ COM O SPEED11, AINDA COM O PATROCINIO DO JOÃO

      Acho que foi a maior sacanagem que já fiz para alguém no automobilismo, pois o João pegou um outro carro emprestado, não conseguiu os três pontos, sofreu com o carro e ficou com o Vice Campeão.

      Para o ano seguinte o João me indicou um preparador, o João Mascarello, de Viamão, que foi o meu primeiro preparador. Foi um ano de muito aprendizado, pois eu tinha certeza que agora sim eu tinha um carro, um grande preparador com nome nos Fuscas e muita experiência. Tudo agora era comigo. Tinha muito o que aprender e treinar. E aprender sozinho, pois eu tinha CIÚME de meu carro, e não deixava ninguém sentar o traseiro nele.

       Na época o grid dos Fuscas era de 38 carros, chegando no ano de 95 a 42 carros.

      Com muito treino na quinta corrida consegui meu primeiro troféu, que foi um décimo lugar, conquistado na última volta com uma ultrapassagem na Curva do Laço (o Fusca 35 desgarrou e eu o ultrapassei por dentro)".




PRIMEIRAS CORRIDAS, PREPARAÇÃO DO JOÃO MASCARELLO, PRIMEIRO TROFEU JA NA 5A. CORRIDA
                         


ACOMPANHANDO A CALIBRAGEM DE PNEUS, JA COM O PAULINHO COMO PREPARADOR
               
1994

        Iniciei o Ano mais confiante e ja com minha AUTOESTIMA  em alta.


Por Problemas financeiro, fui procurar o PAULO FERREIRA, conhecido como Paulinho, que foi Campeão com o fusca 40 do GUTO FURST  da PARKS, foi campeão em 1989  e se não me engano em 1990 tambem, tinha a oficina  MC SERVIÇOS na av. Aparicio Borges no. 31,


        Ao procurar o Paulinho ele me disse:  BRUM, LEMBRO DE VOCÊ COM O FUSCA 77, TODO ERRADO EM 1989, EU JA COM A POLE FEITA NO SABADO A NOITE, E VOCÊ LA NAQUELA OFICINA NO SABADO A NOITE AINDA COM O CARRO NA OFICINA, LUTANDO PARA PODERES IR CORRER NO DOMINGO.


        Tambem lembro de Você, naqueles anos que paraste de correr, aqui na oficina sentado no Carro do GUTO, sonhando que estavas Pilotando um carro de Ponta.


        VOU PREPARAR O TEU CARRO, E DE GRAÇA, POIS TIVE MUITA PENA DE TE VER NAQUELE FUSCA 77, você somente me paga  a minha despesa no Autodromo, e em caso de eu ter que fazer motor ou caixa de cambio, vou te cobrar a tabela da Oficina, como se fosse um carro de Rua.



ANOTAÇÕES DO PAULINHO. ELE TINHA UM "PREGO" NA PAREDE E FIXAVA OS SERVIÇOS NO SPEED 11 ALI.



        Em Janeiro de 1994, mudei as corres do SPEED 11, do Branco,  para as corres amarela, azul e verde que o GUTO utilizou no FUSCA 40, quando o Paulinho preparava para o GUTO. Era uma homenagem que fiz ao meu amigo e Pai, que ficou emocionado quando viu o carro e a nova Pintura.



A PINTURA NOVA, IGUAL A DO FUSCA 40 COM O QUAL PAULINHO FOI CAMPEÃO


          Com o carro de Pintura nova, fui fazer um treino em Fevereiro, um Domingo, e na volta do autodromo, na faixa de Viamão, antes da RS40, o SPEED 11, cai da carreta, rebentou as correntes, e ele desliza pela parte de traz e como estava em ponto morto, desce da carreta e sai rolando pela faixa, e ao olhar pelo espelho interno do carro, não vejo mais ele, ao olhar pelo retrovisor externo vejo o SPEED 11, vindo rodando, ja do lado da carreta.
Não queria acreditar que iria perder meu Carro, novinho, Pintura Linda, e ele iria direto contra os carros que viam em sentido contrario.


              Fiz a UNICA COISA QUE ME RESTAVA FAZER, dar sinal de Luz para os carros que viam em sentido contrario, acelerar e com a carreta SEGURAR O SPEED 11, e assim fiz.
Quando o 11 encostou na carreta eu freiava de leve, a carreta prensada pelo carro e pelo SPEED 11, começou a atravessar, eu soltava  o freio, ela alinhava e eu novamente freiava de leve, assim fui segurando o SPEED 11, ja no acostamento ao contrario da estrada.


          Desci, fui engatar o SPEED 11, para recoloca-lo novamente na carreta, quando vi as pessoas dos carros que pararam no acostamento, COMEÇAREM A BATER PALMAS PARA MIM, foi a unica vez que fui aplaudido em pé na minha vida, MAS MEU CARRO ESTAVA ALI, APENAS COM O CAPÕ DIANTEIRO FURADO PELA ALÇA DA CARRETA QUE PRENDIA AS RAMPAS.


          Logo após a morte do SENNA, no mes de Junho, fomos fazer a etapa de Guaporé.

          Chegamos ao Autodromo de Madrugada, eram 2 horas da Manhã, a Cerração era demais, um frio, e o Pilotinho aqui, nunca tinha ido no inverno a Guaporé, levou pouca roupa, e nada de roupa de cama. Dormimos no Box, enfiamos a carreta com o SPEED 11 no Box, arrumamos as camas com Papelão no chão Frio.
Como levei pouca roupa e nada para me cobrir na noite fria, vesti o MACACÃO, e dormi com ele.
Mas o Frio era Terrivel, eu lembro que dormia e meu corpo Tremia de Frio, no meio da madrugada o Paulinho, pegou um Cobertor dele e me cobriu dizendo:



SPEED11 EM GUAPORE



Piloto, se você não dormir bem, amanha você não vai consegui Pilotar, e zombou de mim......PILOTINHO INEXPERIENTE.


  1994 - PRIMEIRA 12 HORAS DE TARUMÃ


CREDENCIAIS 12 HORAS DE TARUMÃ - 1994

         Em Dezembro, chegou a prova das 12 horas de Tarumã, como jogo Tenis, tive uma lesão na perna, e estava com uma tala de Gesso, e de licença médica do serviço, e em casa
Estava reinando, pois não tinha corrido as 12 Horas de 93, e novamente estava sem grana para correr a de 94, e ainda com a perna engessada.
         A Prova, teria inicio no SABADO  a Meia-Noite, na 6a. feira de Tardezinha, recebo uma Ligação do JOÃO MASCARELO, meu antigo preparador, me Perguntado:


- Brum, Queres correr as 12 Horas...???


Eu disse MASCARELO, vai pra PQP, tu sabe que não consigo levantar a Grana, pois na época eu tinha Patrocínio da SANT'ANA PNEUS, que me dava 1 Pneu por Prova.


- Brunzinho, você não Precisa entrar com nada, só com a Pilotagem, pois estou com o Carro Pronto, iria correr o GIOVANE SCHORN  e o IVAN  com o fusca 22, mas a noite passada arrombaram a Empresa do IVAN, e ele não esta com a cabeça para correr, ja fizemos até a tomada de tempo, e vai correr somente tu e o GIOVANE


        Bom sendo assim, eu vou  '" MUITO SEM VONTADE, FAZER ESSE FAVOR A VOCÊS", e disse ao MASCARELO, que pra não chegar de mão abanando, vou levar 2 PNEUS para ajudar nesse "SACRIFICIO"


        O MASCARELO, me disse que teria que ir URGENTE ao Autodromo fazer a minha inscrição, e ver o banco do carro, pois o GIOVANE tinha 1,92 de altura, e eu apenas 1,69 m de altura. Quebrei a tala de Gesso, e me fui rumo a minha Primeira 12 Horas de Tarumã



 FOTO DA DUPLA ANTES DAS 12 HORAS, JÁ ALINHADO NO GRID



            Mas o Sacana sabia que o banco do carro era soldado e parafusado no assoalho do carro, e que isso ele não iria mexer.



FOTO ANTES DE ALINHAR NO GRID


       Coloquei meu nome na Porta do FUSCA 22,  e sentei no banco para ele regular, foi ai que ele me disse: Brum, vai ter que te virar, o banco é soldado e parafusado, testei apertando a embreagem no fundo, e vi que conseguia, mas todo espichado, e ainda comentei.


- OLHA MASCARELO, NÃO SEI COMO VAI SER PARA O GIOVANE, MAS PRA MIM TA CERTINHO ( A PERNA ESQUERDA ESPICHADA NO MAXIMO E MAIS UM POUCO DO CORPO)


Ele riu e disse:  É TO VENDO.


O filho do MASCARELO, um garotinho na época, tinha somente uma tarefa nessas 12 horas: COLOCAR A ALMOFADINHA QUANDO EU ASSUMIA A PILOTAGEM, E TIRAR QUANDO O GIOVANE ASSUMISSE


          Fizemos uma corrida perfeita, amanhecemos liderando a corrida na nossa Categoria, mas as 09:00 hs da Manhã, a equipe errou na cronometragem, e se perdeu no horario de chamar o carro para abastecer, deu "PANE SECA" na pilotagem do GIOVANE, voltamos rebocado e caimos pra ultimo.



PIT STOP NA MADRUGADA COM TROCA DE PILOTO



      Recuperamos o que deu, terminamos a corrida em 3.Lugar, subimos ao Podium, eu todo orgulhoso,  o PERNA la da Gabine dele, pelo auto falante disse, desculpe errei, a Dupla GIOVANE  e BRUM, chegaram em 4.Lugar e não Terceito, favor descer do Podium, vi em Poucos segundos sair voando meu Trofeu ja na minha Primeira 12 Horas.


Isso até não foi nada perto da "GOZAÇÃO" DOS PILOTOS QUE ME DIZIAM:


..........BRUM, ERA ENGRAÇADO VER TEU CARRO POR TRAZ NA CURVA DO LAÇO E DO TALA, TU SUMIA NO BANCO NA ENTRADA DAS CURVAS , E SÓ REAPARECIA QUANDO COLOCAVAS  A  4.MARCHA NOVAMENTE..............





RESULTADO FINAL 12 HORAS 1994 - APARECEMOS EM  3. LUGAR, NUNCA ENTENDI


    Não sabiam eles que, passei a Prova toda, "ME ESPICHANDO" pra trocar de marcha, e ainda bem que era Tarumã que tinha somente que cambiar em 2 Curvas.
  1995 -   TORNEIO DE VERÃO E 12 HORAS DE TARUMÃ


Entramos no ano de 1995 da minha história com o SPEED 11.

           Um ano difícil, onde disputei nos meses de Janeiro, Fevereiro e Março, o TORNEIO DE VERÃO que eram Provas de 3 horas de Duração, sempre numa Quarta-feira a Noite, com 3 baterias, sendo a largada da Primeira Bateria as 21hs com bateria de 1 Hora de Duração. 


PROVA CAMPEONATO GAUCHO - CURVA 2 DE TARUMÂ



           Podia ser disputado por somente 1 Piloto, com um Pit Stop de 30 Minutos entre uma bateria e outra, e o Brum, fominha como sempre, disputou a prova sozinho.

           No inicio desse ano o Paulinho me apresentou uma pessoa, que hoje é meu único amigo da equipe que tenho contato, chamado BETO HASS, quando o Paulinho me apresentou, me disse que o Pai do Beto, o Sr. LAURO HASS, tinha preparado os antigos DKW que corriam no circuito da Cavalhada.



PAULINHO, QUE NOS DEIXOU EM 2010


           O Beto, sempre prestativo, queria fazer parte da equipe por gostar de corridas, e assim fizemos uma parceria que dura até os dias de hoje, tornou-se responsável pela pintura do carro, e ele no final do ano, mudou a pintura do SPEED 11, do amarelo com azul, para o layout e pintura que foi a azul com branco, que foi a sua ultima Pintura.



A FAMILIA SEMPRE ME ACOMPANHOU, MEU FILHO QUE NÃO APARECE AQUI, ME ACOMPANHAVA NAS PROVAS DESDE OS 5 ANOS DE IDADE, ATEH A ULTIMA PROVA


TORNEIO DE VERÃO - 1995

         Meu sonho sempre foi disputar umas 12 horas com chuva na parte noturna, pois ali, separava os Pilotos, dos que achavam que são Piloto, nas 12 horas nunca consegui, mas na primeira prova do Torneio de Verão deste ano, foi com uma chuva fraca, mas constante, deixando aquele "sabão".

            Na primeira bateria, terminei em 2. Lugar, o vencedor, foi o CARLOS CASTRO, o melhor piloto da Categoria, na minha opinião, e na da maioria dos Piloto dos Speed.
Fizemos o Pit Stop, e pedi ao Beto, que tentasse abrir mais meus paralamas dianteiro, pois os pneus estavam pegando nas curvas do Tala e na Curva 9, la foi meu amigo, abaixo de chuva bater os paralamas, que ficaram melhor para a segunda Bateria





VOLTA DE APRESENTAÇÃO 3. LUGAR GRID - CURVA TALA LARGA


             Larguei na Segunda Bateria e não sequei direito as Sapatilhas, e na primeira volta na Curva do Tala, ao fazer o Ponta-Taco, a sapatilha molhada, escorregou do pedal do freio, e ficou somente o calcanhar no acelerador.
O SPEED 11, começou a rodar, e eu tentando segurar, consegui em partes, ele não chegou a rodar mas também não endireitou, fiquei com o carro atravessado no Tala, com o motor apagado, e os carros que viam atrás iluminaram todo o meu carro por dentro, eu me encolhi no canto oposto e esperei a qualquer momento alguem me acertar, mas lembro que o Andrezinho do fusca 10 que vinha a seguir, parou para não me acertar. Tentei fazer o motor pegar no botão, mas nada.
              O carro ia de ré lentamente em direção a zona de escape, e como estava muito lento, eu só tinha uma cartada, tentar pegar no tranco e ajudando no botão, e assim ele pegou, e fui embora.
Conforme a planilha do final da prova nas fotos , somando as 3 Baterias, cheguei em 2.lugar nessa Prova, atrás do Danilo do fusca 85.


RESULTADO ETAPA DE TORNEIO DE VERÃO


               Em uma outra etapa deste mesmo Torneio de Verão, no mês de Fevereiro, a noite, terminei a Primeira Bateria em 2.lugar novamente com o Carlos Castro em Primeiro.
Na Largada da Segunda Bateria, vem um carro Prototipo la de fim do Grid, e na curva 1, ele me deu uma fechada, e para não bater desvio dele e o SPEED 11 acabou rodando, e sem conseguir fazer ele pegar, fico parado na parte interna da curva 1, no lado do lago de Tarumã, naquela escuridão, onde eu só ouvia a batida forte de meu coração.





TREINO COM CHUVA, 134 VOLTADA PARANDO SOMENTE PARA ABASTECER



       Não acredito, vinha muito bem, larguei bem e agora estava ali parado, imaginei a Prova e todo o Campeonato perdido, fiquei sentando no carro sem acreditar, esperando a qualquer momento passar pela pista todo o Grid.
Assim esperei, mas notei que já era para o Grid ter dado uma volta, mas nada deles virem, fiquei pensando o que será que houve.
Me animei, foi quando vi o PACE CAR, puxando o Grid, e o carro de socorro, com o SOLDAN, descendo e me perguntando:

Brum, teu carro pega se te puxar..???

Claro que pega SOLDAN, claro que Pega. Perguntei o que houve e ele me disse:

Capotou um carro Uno no Laço, pega teu carro e volta pro Grid, na mesma Posição que largaste, a prova foi interrompida.

Meu Deus, fui do Inferno ao Céu em uma Volta. Mas corridas são assim, quando achamos que esta perdida, não esta, e quando se acha que esta ganha, também não esta.

O carro pegou no tranco e la me fui, pro Grid, com toda a esperança Renovada.

A colocação desta Prova, não Lembro, mas Fui VICE CAMPEÃO da minha categoria nesse ano, o Campeão Foi o DANILO do fusca 85.



12 HORAS DE TARUMA - 1995

          No final do Torneio de Verão deste ano, o PARÉ, me convidou para correr com ele as 12 Hora no Final do Ano.

No Inicio seria somente eu e o PARÉ no carro dele, pois eu não queria colocar o SPEED11 nas 12 Horas, pois sabia que esta prova, acaba com os Carros.

No final corremos de Trio....AYRTON BRUM - PARE - ANDRÉ DA SILVA  (Do fusca 68)

          Foi uma prova para esquecer, corremos com o meu motor, no carro do PARÉ, largamos em 7.lugar, e com 30min de Prova o Paré já estava em 3.lugar , quando o motor quebrou na saída do Tala.

Finalmente, Campeão

              1996   12 Horas de Tarumã


         Neste ano, novamente, por disputar somente as provas em Tarumã, foi um ano de poucos fatos relevantes dentro do Campeonato Gaúcho.


         Sempre senti um gosto especial pelas provas longa, as 12 Horas de Tarumã, já estava em destaque como  a que mais me dava prazer em Pilotar, especialmente pela parte noturna.



        Depois, pela manhã, ver o dia amanhecer, o Pau Comendo, e ainda ter um carro inteiro, depois de atravessar a madrugada, é uma sensação que somente quem já disputou pode sentir, descrever, é muito vago.


        Para essa Prova fiz uma parceria com os Pilotos GELSON ZAUER, e Dr. HUGO VARGAS, iríamos correr no carro do Gelson com o numero 21, pois não queria colocar o meu SPEED 11 em prova de 12 horas.


         Foi uma parceria perfeita, onde desde a preparação do carro, com peças novas e revisão do carro, até a estratégia de Pilotagem, foi feita em Comum acordo, com responsabilidade de 3 pessoas que queria somente uma coisa, A VITORIA. Sem estrelismo e sem um querer ser melhor que o outro, e baixar o tempo que tínhamos estipulado em virar volta a volta.


O preparado do carro na época era o AMILTON de Viamão e eu como sendo convidado, fui para a equipe, levando meu patrocinador e fiquei  responsável pelo pagamento do Preparador.


        Ele decidiu que iria mexer no carro para as 12 Horas, iria deixar a suspensão traseira mais em pé, para economizar pneus, embora eu não concordasse, pois o carro além de ficar mais arisco, ia desgastar igualmente pneus, pois entraríamos mais atravessado nas curvas. Mas como eu era convidado, tinha que me adaptar ao carro e a equipe.



A SUSPENÇAO TRAZEIRA EM PÉ, TORNAVA O CARRO SAINDO DE TRAZEIRA


          O Amilton preparou outro carro igualzinho ao nosso, que era o do PICCINI.


O Gelson largou, por ser o dono do carro, depois assumiu o Dr. Hugo e eu fui o ultimo a assumir a Pilotagem as 3 hs da Madrugada.


Os 2 carros foram sempre andando parelho, o nosso com poucas voltas de vantagem sobre o outro.


          No Inicio da Manhã recebi o carro do Dr. Hugo, e ele com muita responsabilidade disse que tinha pego uma "lavadeira"  na saída da curva do Laço, e que olhassem rápido o carro por baixo, enquanto abastecíamos.




O PODIUM QUE TODO PILOTO SONHA, VITÓRIA NAS 12 HORAS DE TARUMÃ


            O pessoal da equipe me avisou, enquanto eu amarrava o cinto, que estava tudo bem com o carro, que apenas tinha marcas do contato com a lavadeira, e ainda disseram: Pode pisar Brum, não aconteceu nada com o carro.


Assim fui, por voltas das 08hs da manha, éramos líder na nossa categoria, mas faltava muita corrida.


             Fazia a curva 8 em direção a curva 9, quando o carro, se envolve todo em fumaça, de uma hora para outra, sem sequer ter havido qualquer motivo.
Primeira coisa me veio a cabeça foi: Meu Deus, não faz isso comigo, estamos liderando, preciso desse titulo.


Passei os olhos nos relógios, e com excessão da Pressão do Óleo ter caído, os outros todos estavam normais, e a luz do óleo não chegou a acender. Pisei para ver se o motor respondia, e ele respondeu de imediato, mesmo assim, tirei o carro do traçado e continuei acelerando na mesma velocidade que vinha, tomei rumo aos boxes.


           Lembrei do Dr. Hugo ter pego a lavadeira, pois era única explicação, e o óleo escorrendo no motor quente, fazia a fumaça. Na entrada dos boxes, olhei pelo retrovisor e vi o rastro de óleo no asfalto, bati na chave, desliguei o motor e entrei no embalo.


Cheguei aos boxes gritando..TAMPÃO DE ÓLEO.....TAMPÃO DE ÓLEO.


Enquanto a equipe recolocava o tampão, bati no Cinto e fizemos a troca de Piloto.


           O Amilton me perguntou se a luz do óelo tinha acendido, e respondi que não chegou a acender, olhei para o motor reserva em um canto do Box, e vi o óleo escorrendo, ai vi de onde eles tinham tirado um outro tampão.
Voltamos ainda na liderança, com 4 voltas de vantagem sobre o outro carro da equipe.


Por volta das 11 horas, o Dr. Hugo passa a reta com o carro lento, acelerando e desligando o motor, acelerava e novamente desligava.


           Ao entrar nos box, descobrimos que tinha rebentado a correia,   trocamos e voltamos para a corrida ainda com 2 voltas de vantagem sobre o 2. Colocado.


           As 11.45hs da manhã minha pernas tremiam parado junto a mureta, e o Gelson estava na pilotagem, ele passou mais lento que o normal, fazendo sinal para traz, sinalizando que o motor não estava legal. Depois vim a saber que um prisioneiro do motor estava solto.
                 
          Ganhamos as 12 horas na nossa Categoria, com apenas 2 voltas de vantagem, e chegamos em 8.lugar na Geral.
Era o topo, e claro, o objetivo final de todo Piloto, seja em que categoria for, vencer as 12 Horas de Tarumã.


          Estava realizado com chave de ouro o sonho que aquele Garotinho vinha sonhando desde os 7 anos de idade, e melhor do que ele esperava.




O TRIO VENCEDOR - BRUM, GELSON E DR. HUGO